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sábado, 3 de novembro de 2012

Suspiro

Enrolei a última respiração
para em doce suspiro
contar a minha frustração

Vivo em uma cidade de 6 milhões de habitantes e uma concentração de renda na zona central e sul. Frequento bares e festas que as mesmas pessoas vão, se reconhecem e não se cumprimentam

Fofocas se fabricam in loco pelo neoliberalismo atuante cotidiano - um ponto a menos para o conservadorismo, um ponto a mais para a falta de ética.

Beber se tornou uma necessidade e não mais uma fuga porque fugir é trabalhar, é congelar seus sonhos justos em um sistema de demandas urgentes fúteis.

Olhar nos olhos é cada vez mais uma obrigação. Precisão de caráter mesmo quando se está a atravessar uma rua... coisas que só o senso comum obriga.

Dignidade é viver na rua, sem se dobrar à insensatez do cotidiano.

Cotidiano é acordar para tomar banho, ficar limpo para ir à rua, ir à rua para trabalhar, trabalhar para pagar a bebida e beber para dormir.

Engoli a última frase
em condolência mortífera
à dérnière catarse.

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