Achei
alguém melhor que você. E por que estou dando essa satisfação a mim
mesma? Por que ainda não te esqueci? Por que quero em voz alta ouvir? Ou
por que achei que não ia conseguir? A última é a resposta válida.
Eu tinha certeza de que não conseguiria. E no entanto a vida é cheia de
surpresas. Mas me engano.
Apesar de ter conseguido, você está aqui, entranhado em mim. Estou impregnada de você.
Cheia de ti até o pescoço, sem falar na alma.
Quando
penso em vidas passadas e karmas e morte, penso em ti. Penso no todo
que erramos e em tudo que deixamos. Penso nos erros, penso nos acertos,
penso em todas as feridas. E penso na minha sorte. Sorte de poder seguir
em frente e engolir todo o resto que está por vir. Penso muito e no
entanto deveria pensar muito pouco. Sempre que penso realizo menos.
Funciono melhor no instinto.
Principalmente enquanto sorvo um vinho
tinto.
Além de frases e dicas literárias publicadas na página do Facebook, somos apaixonados e apaixonadas pela escrita com idades, trajetórias e expectativas diferentes que, separadamente, registramos nossos devaneios. Se quiser fazer parte, envie para nós seu texto (oficinacompartilhada@gmail.com)! Os que forem escolhidos pelo grupo serão divulgados aqui na Oficina Compartilhada.
Aproveite o espaço SEM moderação!
Bem-vindos e Bem-vindas!! Saravá!
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Retorno
Parto em busca de esperança,
desafio avenidas, pessoas, tudo!
até o indizível absurdo...
Vou remando contra-a-dança.
Busco a esperança em vão,
de uma vida menos rude.
Propõe-me então que eu me mude,
para o lar de alguma religião.
Não desejo nenhuma moral,
eu quero o querer natural
e achar o lugar do mundo.
Solitário voo profundo,
impeli-me mais a voltar,
mas retorno a outro lugar.
desafio avenidas, pessoas, tudo!
até o indizível absurdo...
Vou remando contra-a-dança.
Busco a esperança em vão,
de uma vida menos rude.
Propõe-me então que eu me mude,
para o lar de alguma religião.
Não desejo nenhuma moral,
eu quero o querer natural
e achar o lugar do mundo.
Solitário voo profundo,
impeli-me mais a voltar,
mas retorno a outro lugar.
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Devaneios
Saio entusiasmada pra escrever e me distraio com mensagens vituais
Serão elas reais?
Será que existo?
Tinha na cabeça a mensagem perfeita
Agora perdi
Puta merda
E a cerveja no fim
Medo de quê?
Medo da vida
Medo de morrer?
Preciso carregar meu caderninho com esse medo de morrer
Serão elas reais?
Será que existo?
Tinha na cabeça a mensagem perfeita
Agora perdi
Puta merda
E a cerveja no fim
Medo de quê?
Medo da vida
Medo de morrer?
Preciso carregar meu caderninho com esse medo de morrer
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medo,
morte,
virtual
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
Carnavalização
Voa a pombinha apaixonada
Estala a boca em um desavisado
Olhos prendados
Fixam na presa
E debulham em serpentina
Moço pouco
No carnaval é rei
Purpurina-pó
de pirlimpimpim
Pomba moça posa
brilhando nos braços
De qualquer alguém
Voa a purpurina
Repentina cai em mim.
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Finitus
A - Ai amiga, nem o Skype salva mais.
B - O que houve?
A - Tem uma hora que o corpo dói e a cabeça agita.
B - Ih! Citando Gonzaguinha, já vi que o bagulho é doido.
A - É mulher, muito doido mesmo... Esse lance de intimidade fica gravado na pele. Aí quando você (se)pára, o corpo sente. Droga!
As duas olham para frente e ficam em silêncio durante 30 segundos contemplando a vista da Urca. Um gato preto sem dono pula na mureta.
B - Se os gatos nascem pobres, porém livres, como seriam suas vidas de madeira?
A - Eternas, se não fossem os cupins...
B - O que houve?
A - Tem uma hora que o corpo dói e a cabeça agita.
B - Ih! Citando Gonzaguinha, já vi que o bagulho é doido.
A - É mulher, muito doido mesmo... Esse lance de intimidade fica gravado na pele. Aí quando você (se)pára, o corpo sente. Droga!
As duas olham para frente e ficam em silêncio durante 30 segundos contemplando a vista da Urca. Um gato preto sem dono pula na mureta.
B - Se os gatos nascem pobres, porém livres, como seriam suas vidas de madeira?
A - Eternas, se não fossem os cupins...
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finito,
infinito,
saudade
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Sol na Janela
Oi, destino. Me apresenta o acaso?
Ôi destino! Me apresenta o acaso.
Oi, destino, me apresenta o acaso!
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Fwd: Pombos ou primos?
Não me relaciono incestuosamente.
E mto menos me caso com membros da minha família...
Nem me atraio.
Tem gente que come as primas e acha normal.
E mto menos me caso com membros da minha família...
Nem me atraio.
Tem gente que come as primas e acha normal.
Experiências....
Dizem...
Até preferem comer o cú, assim não correm risco.
Um escritor famoso falou que os que sujam as famílias são os primos e os pombos...
Um escritor famoso falou que os que sujam as famílias são os primos e os pombos...
Concordo.
(sem preconceito algum...)
Nunca fui comida de primo - a não ser que tenha sido enganada.
Nunca fui comida de primo - a não ser que tenha sido enganada.
E tb não me recordo de situação parecida!
Engana-se quem quer.
Espero que ninguém nunca tente reconhecer o filho que nasceu caduco.
Eu continuo colhendo frutos da minha profissão.
Esse ano tem Olimpíadas e devo tirar uma grana boa também.
Engraçado eu não conseguir parar de falar com vc.
Chega a me incomodar às vezes. Outras vezes me alivia.
Esse ano tem Olimpíadas e devo tirar uma grana boa também.
Engraçado eu não conseguir parar de falar com vc.
Chega a me incomodar às vezes. Outras vezes me alivia.
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Oui, skin!
A pele não mais responde à alma que a vestiu um dia. Porque quando a alma chegou, luminosa, permitiu um ponto de maturação àquela parca macilenta reunião de epiderme. E lhe disse: Cresce comigo com saúde e felicidade, e teremos o além. Nos primeiros momentos de convivência era possível ver a alma saltar aos olhos e e envolver o corpo para abraçar o mundo. Já com o passar dos anos, uma se adaptava à outra, a pele esticava enquanto a alma se agitava, a pele permanecia quando a alma, retraída, ia para o fundo dos olhos. Para os desavisados da dimensão humana, diríamos que essa dinâmica é inércia de motivações cotidianas. Para os românticos, diríamos ser a estagnação do mundo real - não cabe aqui desilusão porque é para quem vê o futuro, sem sentir o presente, falta ainda uma palavra para dizer o que é possível e não acontecendo.
O além foi se fazendo na expansão dos ossos, na criação de idéias, no abuso com outros. O além trouxe o de sempre. Não levou para alhures a alma luminosa, pelo contrário, a fez iluminar no cotidiano reduzindo o futuro a um desejo de pasárgada - escapismo, puro escapismo. Retirou o que havia de amanhã, apresentou o agora e negou o passado. Pediu licença para querer e foi censurado. O que passou a significar o além não mais poderia se traduzir em "ir", mas em "voltar".
Ficou a pele. Chorou, enrugou, contorceu músculos e mostrou que o que vale é o que não se combate. O campo de batalha muda o corpo e lambe a alma. Deixa a pobre coitada encharcada de lágrimas de tristeza e babas de loucura. Sim, o corpo sempre vence talhando o olhar na paixão pelo abandono.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
Mal Comparando
Soberba
disfarçada é pior que mentira, se é que dá para comparar. À mentira
você pode recorrer por ter sido pego de surpresa, por descuido ou
motivos nobres (embora a maioria diga que nunca justifica). A soberba
não dá para defender de jeito algum, carrega consigo uma inveja
silenciosa que cedo ou tarde acaba vazando.
Luiz tinha uns 40 anos e andava com uma galera mais jovem. Até Roberto deslanchar e aparecer com um carro novinho, Luiz vivia pelando o saco do amigo. Os dois não eram muito chegados no dia a dia, mas eram parceiros. A galera era a mesma, pois estudavam juntos e escolheram trabalhar no mesmo ramo. Enquanto Roberto apagado permanecia, lá estava Luiz elogiando o camarada, recomendando, puxando o saco.
Muito talentoso, embora medianamente bem sucedido, Luiz era aclamado por todos, uma espécie de guru; e não economizava na autopromoção falsamente diluída. “Economizar por quê?”, pensava. “Já não sou tão bem recompensado com atributos físicos.... Se for um nerd popular melhor para a minha vida.”
E assim enganava a todos com sua falsa modéstia e seguia tentando disfarçar a soberba elogiando os amigos malsucedidos.
Luiz tinha uns 40 anos e andava com uma galera mais jovem. Até Roberto deslanchar e aparecer com um carro novinho, Luiz vivia pelando o saco do amigo. Os dois não eram muito chegados no dia a dia, mas eram parceiros. A galera era a mesma, pois estudavam juntos e escolheram trabalhar no mesmo ramo. Enquanto Roberto apagado permanecia, lá estava Luiz elogiando o camarada, recomendando, puxando o saco.
Muito talentoso, embora medianamente bem sucedido, Luiz era aclamado por todos, uma espécie de guru; e não economizava na autopromoção falsamente diluída. “Economizar por quê?”, pensava. “Já não sou tão bem recompensado com atributos físicos.... Se for um nerd popular melhor para a minha vida.”
E assim enganava a todos com sua falsa modéstia e seguia tentando disfarçar a soberba elogiando os amigos malsucedidos.
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