Um estranho sentimento me atinge,
carece de fim, início, e meio.
Por não saber revelar esta esfinge,
vou dizer que do vazio estou cheio.
Ardor ausente que não alivia,
e carrega a alma, ausente de cor.
Vá rouxinol, pergunte a cotovia,
por que levou consigo todo humor.
Ah, estranho sentimento inefável,
corre imóvel: tempo nu – indomável.
“Qualquer coisa que se pensa é inútil!”
Desesperado, impotente vejo,
que nesta hora o que eu apenas desejo
é perfurar este tédio inconsútil.
Tédio, i.e.: "nihil sub sole novum".
ResponderExcluir