O que fazem esses negros, meu Deus,
De sorrisos tão brancos, palmejando em alguma coisa
qualquer?
Que balanço cadenciado é esse que comanda suas ancas
sobressalentes?
Qual sinceridade é essa que lhes escapam o verbo?
É o anuncio da perfeição na garganta calejada dessa
gente de alma ritmada, de voz suave, e tom transparente?
Rogo-Te, meu Deus: que é isso? Explica-me!, pois não
compreendo.
Sê sincero, são estes os mesmos a quem esfolamos os
corpos
quando o que queriam era pronunciar sua arte?
Permita que esta arte nunca cesse, Deus meu,
Pois ela ecoa em meu peito dorido um novo sopro de
vida.
Confessa, inda sincero,
Clarea-me!, Te peço:
São eles que erguem as cabeças ascedendo os céus,
ou és Tu que ajoelha ao chão e sopra em suas bocas, verte luz e anuncia o
samba?
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