Falham as imagens. Falha a memória. Questiona-se a garota elétrica que corre, de casa em casa, convidando seus companheiros para a próxima empreitada. Matar o tempo é pouco, consome-se os segundos, as horas, até o jantar. Que hoje é sopa e que se repete o ritual da TV: sopa da vovó - brrlll. Se a avó ali estivesse, beberia a sopa e arrancaria o capim limão da jardineira, sob o luar-cheio de quem conhece o poder de um copo d'água embaixo da cama de dossel.
Não importam o número das escadas, são sempre uma ascendência à descendência de quem somos com a velha lá cima. A vela em toco iluminando o diálogo com ninguém na madrugada fotografa a luz da lua que invade o quarto. Menina! Não sabe de nada, consegue misturar idéias, cozinhando opiniões... mas o fermento, esse, esse sim, compromete o tempo e questiona a razão.
O jardim morto em vasos de adubo acrescenta à imaginação a frustração. Imperceptível aos olhos da criança que vê roseiras, orquídeas e espadas-de-são-jorge em terra infértil. Mesmo o copo d'água desaparece, conhecendo a força da chuva. Quem desafia a areia, que grão-a-grão esvazia o papo e canta a alvorada? O miolo do hibisco cagou a bailarina sem tutu, por falta de torresmo, que acompanhasse o ritmo dopo ulpultipimopo suspuspipiropo depe espesranpançapa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário