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sábado, 30 de julho de 2011
Mais do mesmo
quinta-feira, 28 de julho de 2011
A Herança
Confuso Horário

O exílio voluntário permitiu que ela se conhecesse melhor. Já não mais se incomodava com os longos dias consigo mesma. Mas com as noites sim... Já havia tentado de tudo, mas o quentinho do corpo do homem acamado fazia uma falta danada.
Rolava e nada... Vinham ideias na cabeça e ela acendia a luz de cabeceira para tomar notas. Fragmentos de contos, as bonequinhas do livro infantil, a consultoria sobre redes sociais, a estrutura do livro burocrático e até a assessoria política... Tudo girava e só não era pior do que enjôo de birita. “Saco!”, esbravejava em voz alta.
Acordava e tinha uma rotina boa: água, leitura, café, escrita, cozinha, escrita, lanche-almoço, leitura, exercícios, caminhada boa, lerê, lerê, banho, vinhozinho, leitura, escrita e, finalmente, beijo melado... Embora detestasse rotina, essa era a melhor delas.
Nada... E quando eram assim as noites mal dormidas, afogava-se num copo cheio de fantasias e deixava a madrugada tomar conta de seus devaneios até que conseguisse dormir.
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Ser ou não, ser, eis a questão!
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Em resposta: Manifesto alguma beleza
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Exorcisando
Primeiro, ‘photoshoparam’ a cara do sujeito em garotas peitudas e trogloditas fanfarrões e imprimiram um poster gigante para deixar na parede do escritório. Foi a maior festa. Sacanearam o rapaz a semana toda. E então o pobre coitado saiu de férias e fez a maior burrada ao declarar durante um almoço que o que mais o assustava de verdade eram as garotas possuídas, do tipo O Exorcista, sacou? Se ausentou para gozar de seu tempo livre e deixou o campo aberto pra revanche.
Quando voltou, sua vida laboral virou um cenário de seu maior pesadelo:

The End...
Diálogo universitário
terça-feira, 12 de julho de 2011
Santana da Barra
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Casamento Americano

E... Cadê o beijo?!?!? Não é essa a hora do tão esperado (e meio pornográfico, cheio de línguas, para os audaciosos) beijo em pleno altar?
Não.
Não aconteceu.
E minha cabeça girava de dúvidas ao mesmo tempo em que minha bexiga estourava de vontade de despejar tudo no vaso sanitário. Só existem dois momentos interessantes nos casórios: a entrada da noiva e o tal beijo. Só. O resto é uma balela de tradicional religiosidade que põe qualquer um para dormir. E ainda tem a hora da Eucaristia (eu estudei em colégio de freiras e fiz Primeira Comunhão, então tenho um certo respeito que me faz escrever tudo com letras maiúsculas). Quanta bobagem. Eu lá, doida para aliviar minha vontade de urinar e finalmente começar a esbórnia, e no entanto fazia cara de paisagem e prestava a atenção nas roupas das pessoas. Nas vestimentas das mulheres, basicamente. Cada pérola...
Foi quando finalmente o Padre começou a Comunhão. Os convidados levantavam-se para ingerir aquele miolo de pão grudento, sem fermento, puros de seus pecados, pois provavelmente haviam confessado - e certamente pecaram mais do que nunca naquele mesmo dia, naquele mesmo instante, em seus pensamentos.
Foi quando eu, perplexa em meu ranço Católico Apostólico Romano, observei a fila dos rapazes padrinhos do noivo, todos na faixa dos 30 anos: levantaram-se, um a um, e colocaram na boca aquele pedaço de pão ázimo. O casamento americano é assim: a noiva escolhe somente madrinhas e o noivo, apenas padrinhos. Todos pecadores até o último fio de pentelho e lá estavam, com o Corpo de Cristo grudado nos céus de suas bocas... E eu, que já estava doida para enterrar o último fiapo de culpa católica na cova mais profunda, pensei: when in Rome, do as the Romans do...
sábado, 9 de julho de 2011
O deboche
terça-feira, 5 de julho de 2011
Mito_côndria - DNA Eva no século XXI do calendário gregoriano
Um caixão só para a cabeça
Não sei mesmo explicar. Minha cabeça já está tão cheia de coisas que não sei por qual razão me vem essa lembrança de repente: simplesmente acordei com ela na cabeça. Tinha uns 12 anos e não era das mais populares da escola, mas me destacava pela inteligência, pelo sorriso largo e a carinha bonita. Penso que estar acima da média da classe social de meus colegas também ajudou. Minha mochila era bacana e meus pais tinham carro, coisa rara para aquela escola de baixa renda.
Ainda pouco atraente, tinha as pernas finas. E para completar o nome também deu origem a uma rima de criança maldosa, que vive na memória até hoje: “Ana Beatriz Baeta, perna fina e bunda seca.” Era o que diziam na hora da implicância. A primeira vez que ouvi foi dolorida e não parei mais de prestar atenção em minhas pernas, que sabe-se lá por que hoje são fortes e delineadas.
Apesar do medo e de saber que era errado, passava cola com segurança. E até me permiti colar algumas (poucas) vezes. Me sentia uma garota normal, embora preferisse fazer tudo certo. Era tão boa aluna e tão certinha que fui apelidada de “CDF”. Isso mesmo: cú de ferro. E ganhei um daqueles diplomas que vendiam prontos em papelaria com direito à cerimônia e tudo para outorga. A turma grande, de cerca de 50 alunos, toda me olhando. E eu, tímida, roxa de vergonha na frente do quadro negro, recebia a homenagem chorando. Era muito carinho numa brincadeira só.
Eu devia ser mesmo uma figura, digamos, interessante, porque também fui escolhida representante de turma hors-concours. Título que declinei de pronto, devido a danada da timidez. A turma inteira gritando no intervalo para que eu me candidatasse e eu morta de vergonha. Quando isso acontecia, ficava com as orelhas vermelhas. Característica que ainda me acompanha. E quente, muito quente. Não dá para disfarçar.
Demorei a desenvolver seios e quando finalmente começaram a aparecer, eu colocava uma blusa de malha por baixo da camisa do uniforme escolar. E depois, com eles já maiores, usava um top ao invés de sutiã, para não marcar muito. Ainda não sabia como lidar com as formas femininas. Com vergonha da falta de bunda, só usei saia por dois anos, mesmo no inverno (a calça do uniforme marcava demais). E acompanhada de uma meia bem afofada nas canelas, pois achava que disfarçava a finura delas.
Quando tomei coragem de usar calças fui chamada ao quadro negro – quadro branco, naquela época, só no laboratório de informática. E, de repente, ouvi um bochicho dos meninos da primeira fila. Fiquei intrigada com aquilo e tudo me passava pela cabeça: estaria com um furo na retaguarda? Menstruada? Estariam eles zombando da minha ausência de bunda? A tormenta foi tanta que suava frio. Terminei logo de escrever a resposta e fui diretamente ao banheiro olhar o que estava acontecendo. Mas não tinha nada de errado: o meu bumbum pequeno estava perfeitamente no lugar dentro da calça de helanca. E foi quando resolvi que estava na hora de dar o meu primeiro beijo.
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Cruel
É o sacolejar feminino do corpo num vestido;
É uma nesga de nuca mostrada de repente;
É o derramar das lágrimas numa alma decidida;
É reclamar sem razão com as mãos na cintura;
É o sorrir bobo quando se está apaixonada;
É um olhar;
E outro olhar.