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terça-feira, 5 de julho de 2011

Mito_côndria - DNA Eva no século XXI do calendário gregoriano

Eva sabe ler, escrever, cozinhar peixe, lavar calcinha no box, usar o dicionário T9 para mensagens do celular. É maio de 68, é sufrágio universal, é divórcio, é a pílula anticoncepcional. Com a mercantilização da mulher perfeita, sobraram as loucas de graça. 

Saiu coazamiga e tomou sua sangria com bastante maçã. Também, como não? O útero inchado de inutilizado pede largas doses de álcool e doce - chocolate se possível, mas com bebida nem rola, então vale uma jarra de sangria. Todo mês se esquece de sua dor uterina. Não existe essa história de calejamento para um órgão que sangra com frequência - mais que isso, sangra pelo seu sexo.

Depois de tanto cigarro se olha no espelho, não há nada de errado. A velhice vai chegar, acabou o paraíso da infância. Não consegue nem acreditar no quanto demora para as rugas, são tantos abusos consigo... mas a a garganta dói. Parece até ter nascido um pomo por conta da rigidez do esôfago. E vai... quem faz careta, com o sopro de um anjo, fica desse jeito pra sempre. Eva vive a vida de quem lhe falta.

A queda que sofreu no dia anterior lhe quebrou uma costela. Do lado direito. Deve doer mais àquele que lhe concedeu a sua lateral esquerda. Mas já não importa. Só vai ser chato limpar o vestido branco, ficou cheio de barro. Melhor esperar pelo Darcy, ele sabe alguns truques para lavar roupas, se não der certo pode tingir de negro. Enquanto espera toma seu café e troca a maçã pela geléia de amora.

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