Sim, tenho medo da vida;
E tantas vezes não há ficção que alegre o dia.
Escrever é o esforço de entrar na realidade, pelo avesso:
Tal qual filosofia, ordinária, a fim de atravessar o tempo
em suas costas, ser levado ao sentir dos sentimentos, e descansar.
Sim, tenho medo do dia;
E a ilusão da vida não anima meu tempo.
Escrever refaz a filosofia pelo avesso, quando é poesia:
Tal qual a vida, ordinária, a fim de me localizar nela,
sentir os pêlos da barba, as frutas no cesto, o som da rua, o banco duro da praça;
Querer o que é, e esquecer o que pode ser.
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