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segunda-feira, 9 de maio de 2011

O Flerte

Reparei que ele estava me olhando diferente. E que também respirava fundo de quando em vez. Era tímido e passava a impressão de solitário. Fiquei imaginando o que aquelas mãos seriam capazes de fazer. Eram mãos fortes e bonitas. O fato é que minha presença o perturbava - e eu começava a gostar disso.

Quando tirei da pasta uma agenda de papel, ele imediatamente fez a mesma coisa. A mesma agenda, só que de outra cor. Senti uma certa cumplicidade naquele ato. Como se estivéssemos tocando as mãos, nos acariciando às escondidas. Será que teria coragem de me abordar?

E se eu fizesse o contrário? Sou a narradora da minha própria história, não preciso de personagens para me mover. Eu mesma faço o meu mundo girar. E fiquei ali, viajando nas infinitas possibilidades que me aguardavam. As mãos dele se movendo e eu hipnotizada, olhando meio de lado. Quando de repente levei um susto:

Ele: Quer tomar um café no intervalo?

Eu: Oi? É... Quero sim.

Ele: Então vamos descer juntos quando acabar?

Eu: Tudo bem.

E me senti patética por um instante.

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